segunda-feira, 18 de junho de 2007

Tédio com sal


Ò mestre da falta de mistério! “Ò” ao que eu não aguento. E o buraco continua sendo mais embaixo. Essa nudez desconciliada de qualquer propòsito e fundamento. Que mais? Para o bom entendedor um piscar de olhos basta. Ui.
Mas é que não funciona:

« me desamargue que no fim eu acerto que no fim eu reverto
que no fim eu conserto
e para o fim me reservo
e se verá que estou certo
e se verá que tem jeitoE se verá que está feito
que pelo torto fiz direito
que quem faz cesto faz cento
se não guio não lamento
pois o mestre que me ensinou já não dá ensinamento »*

E o que funciona maquinalmente não tem alma, jà dizia minha avò: a pressa é inimiga da perfeição do imperfeito! Ela ouviu isso de um peixe eremita que viveu por uns tempos no rio São Francisco. Estranhamente ele era muito “ar”, sabe? Queria ter nascido gente pra morar no rio de oxigênio. Talvez seja por isso que os peixes se arremecem para fora dos aquàrios, e as pessoas se arremecem às prisões, de ferro, de dor, de desejo. Não importa do quê, é prisão de qualquer forma.

Tudo o que sei é que não entendo e isso em nada me aflige, e pois, se te afeta, seja afetado sozinho.



* Trecho de Circuladô de fulô (Caetano Veloso/ Haroldo de Campos)
Flornoasfalto

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

DEsculpe a confusão , agora elndo outra vez percebi que o peixe não vive no ar!!!
Mas cotinuo com minha idéia de mudanças e talvez incomodação com as vidas alheias sei lá!!!
PAULO