sexta-feira, 30 de julho de 2010

SOBRE A MISÉRIA DO PENSAMENTO

O COMPROMISSO É A MISÉRIA DO PENSAMENTO.
VADIAGENS FILOSÓFICAS TEM OUTRA DESENVOLTURA,
COLOCAM RISO NO CONCEITO DA CARA DURA,
E, DE TRAVESSURA EM TRAVESSURA,
TROCAM TEORIA POR POESIA,
CIÊNCIA POR LITERATURA.

Álamo Pimentel

terça-feira, 27 de julho de 2010

Trancelim



pé de pato, mangalô, 3 vezes,
pé de pato, mangalô, 3 vezes,
pé de pato, mangalô, 3 vezes

Meu tesourinho
são besouros e lantejoulas
um dedal de brilhantes
uma saia de chita rodada
blusa branca caída sobres os ombros
meus colares, meus cordões
um vidrinho com perfume secular
um broche de flor
e a borra de café que minha madrinha guardou
desde o dia que nasci.

O batuque no meu peito
é a herança que posso legar a alguém.
Esse pulsar de um samba louco e desenfreado
num dia de chuva
Foi batendo o pé na terra
que vovó me ensinou a sambar
que vovó me ensinou a sambar
Um pezinho de arruda, uma pimenteira,
e meu vira-lata pé-de-vento na janela.

domingo, 25 de julho de 2010

Aquarelável



" E as borboletas do que fui pousam demais por entre as flores do asfalto que tu vais..."
(Belchior)
"Dentro do peito esse fruto apodrecendo a cada dentada..."
(Jards Macalé/ Duda)

Ai que o tempo corre pintando seu manto colorido no vento. Ai que tudo é muito pouco e nada basta, nada sacia, nada adianta. Sem culpa, nem vela. Cantaremos canções com palavras trocadas porque tudo é muito dúbio e disso não foge o amor. Há de se ter respeito às risadas lançadas no ar. Vamos beber as possibilidades que escorrem da madrugada. Olha a vida com seu vestido esvoaçante dançando na esquina enquanto o sol atravessa os prédios. O mar escancarado para o azul lê minha mão. Deixa eu te aprender, deixa eu te esquecer. Vamos saltar o finito como um pula-corda, uma amarelinha e decalcaremos o infinito. Vamos fazer coisas úteis como biscoitos de manteiga, bolhas de sabão, cosquinhas. Um passarinho me contou que tudo que é sólido desmancha no ar.