segunda-feira, 2 de junho de 2008

O Encantador de Cachorros

Num dia de chuva qualquer os transeuntes se flagaram num delírio de asfalto.
Um senhor andava pelas ruas da Piedade cercado de cachorros vadios enlameados pela água que saltava das poças.
A chuva fina dava um ar de sono à cena.
Fotografei com palavras.

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As vezes o domingo se arrastava tão dolorosamente
que escorria úmido pelas paredes.
O teto esmagando a cabeça,
os metros quadrados comprimindo o peito.
Trancafiado em si mesmo,
as vezes eclodia um tédio tão grande
que sentia vontade de comer terra.
Comer terra até o boca secar.