Se a nota falsa desse acorde-me
satisfaz bastante
eu vou poder cantar.
(Vital Farias, Nave Mãe)
Quando algum acorde me acordar
jogarei pela janela todos os contratos
carimbados, autenticados.
Os papéis voarão pela cidade sem platéia
entre pombos e fantasmas plastificados
no descompassado balé dos ventos de agosto.
Garis recolherão mal-humorados
os contratos deteriorados que se acumularam
nos bueiros, nos pontos de ônibus.
Um menino com farda da prefeitura
fará um avião de papel
com cláusulas perdidas.
Era uma vez o que não era ...Era uma vez às vezes...Era outra vez o que não se via...Era de uma vez ...Era sem vez...Era e não era...
sábado, 10 de agosto de 2013
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
Poema De Vez
Avoa no mar
Veleja no
vento
Verdeja na
mata.
Espada do mandacaru
Azedo do umbú
Dono da
sombra.
O verde vadeia
nas folhas do terreiro.
Verdade que
veste a manga espada
E dorme no
zóio de Kalú.
O verde
rumina o boi
O verde
redime o sol
E acende
vagalumes.
Verde é sumo
Viço que
cala a seca
Lagarta de
fogo
Pai do olho
d’água
Verde verso vão.
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Isto não é um poema
Não há nada que me devore mais que silêncios.
Silêncios ecoam mais que barulho no vazio,
E vazio é matéria principal de ser humano.
Vãos
Vácuos
Lacunas
E azia, muita azia.
Todas as palavras que verbalizamos
(desde o dia em que nascemos)
É a tentativa estúpida
De encontrar a denominação exata
para a ferida aberta da existência.
Não há nada que me devore mais que silêncios.
Silêncios ecoam mais que barulho no vazio,
E vazio é matéria principal de ser humano.
Vãos
Vácuos
Lacunas
E azia, muita azia.
Todas as palavras que verbalizamos
(desde o dia em que nascemos)
É a tentativa estúpida
De encontrar a denominação exata
para a ferida aberta da existência.
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