segunda-feira, 14 de maio de 2012

Marambaia


Meu amor,
preciso de uma casa que caiba a vida inteira.
Uma casa que seja rota de pássaros encantados
e onde gameleiras possam crescer nas paredes.
Cheiro de manhã e madrugada,
vestir branco aos domingos,
tabela de quem laa a louça.
Um dicionário de sinônimos
para acalmar o que preciso dizer
e a virtude que nos cabe.

Acredito mais na alacridade que no amor.
Principalmente no viço da vida
e sua pulsação em cada gesto.
Nossos livros e amigos.
Nossas horas dedicadas ao nada,
poder caber no seu afago.
E uma cama que comporte nossos sonhos
e insônias.

Almejo a elegância do cotidiano,
o riso franco e a palavra aberta.

2 comentários:

thiê disse...

escandalosamente delicado. lindo de morrer... sério, faço das palavras de Ellen as minhas: você tá pronta.

Anônimo disse...

Vc não escreve como antes. Que houve? Esse tom repetitivo é estilo ou é mingua de criatividade?