terça-feira, 9 de novembro de 2010

Esquina


Meu corpo
delicadamente devorado pelas horas
dança sem escrúpulos
a disritmia do acaso.

Na esquina dos dias
esqueço rostos e nomes
apago bitucas de cigarro
bebo cafés cada vez mais amargos.
Mas ainda permaneço inteira
ao sabor das desimportâncias
de sua falta de tino
e de trato
vou mirando no à toa
mesmo parecendo fora do compasso.

2 comentários:

Ellen Joyce disse...

É isso, falar de si e falar dos outros, que lindo!

Zana Sampaio disse...

eu sou inteira essa esquina. lindo demais, adorei!