domingo, 1 de agosto de 2010

Brucutú


Com meu graveto solitário
desenho um garoto de côco na areia doce
enquanto o cais ao longe me embalança
Ê ouricurí, babaçú, catolé!
Cantarolo minha maluquice
como quem lança pedra miúda no ar:
beijú, licurí, taboca,
tainha, lêlê, picolé,
pasárgada
leve 10 por 1 real
me leve por 10 centavos
me leve...

Ai menino,
que minhas dores nem maracujá acalma,
nem me distrai os vermes da solidão.
Se pudesse atracaria meu barco nesses olhos mundanos
te enfeitaria inteiro com bandeirolas coloridas
que dançariam safadinhas ao vento
faria festinha pra você gostar.

Tudo isso é muito mais que eu
ínfima menina,
meninotazinha,
que as vezes gostaria de ser cocada
derreter entre as mais generosas bocas
perecer entre os mais raivosos dentes.

Um comentário:

tuiu disse...

É tão lindo passar aqui e ler essas coisas que no mundo todo só poderiam ser escritas por você. Olhos de meninota como se o mundo todo dia nascesse de novo, mas não é que nasce?