sábado, 16 de julho de 2011

Itamar da Silva Beleléu


A dor dança no pau de fita
carmim de tão inflamada
elegante de tão aclamada 
nem Dora, nem Dolores
minhas dores ultra-desamores
chucáio de cascavé.


Reinventar a renda cearense
o beat batuque da polícia da Penha
Tenho dito, nego Dito
Por quoi je ne pas pense a çá avant?
Parangolé de esquina
uma média ao meio dia.


Para então espalavrear canções
decompor lágrimas em sal
acalentar as orquídeas no quintal
e ser o marginal maldito
poeta-não, poeta-talvez
anti-compositor sem vez.


Tenho dito, nego Dito.





Um comentário:

Maíra Guedes disse...

E disse nega bendita. Gostei do poema. Palavras carregadas como ele: carmim, inflamada, e até cobra do tipo anunciada que faz seu som chegar pra ser presença antes do olho alcançar!Você traduziu as contradições dentro das intensidades. Como ele fazia. Espalavrear canções é lindo, palavrear o mundo ainda mais, e você me palavreia minha flor! Te amo.