terça-feira, 2 de outubro de 2007

Devaneio de 5 centavos


Os dias ensolarados de Agosto anunciam os dias azuis de Setembro. Entendi enquanto meus pés atravessavam uma faixa de pedestres e olhava para o seu sorriso multicor.
As vezes coisas estranhas acontecem. Ainda bem.
O que quero são fragmentos de canções, objetos esquecidos e beijos atormentados. Quero a profundidade da insignificância. Há quem não entenda meu delírio, minha alucinação descompassada. Meu tesouro é um colar de pérolas de bolhas de sabão.
A magia do banal me absorve completamente como uma criança vencida por um torrão de açúcar. Há de ter engenho micro-caleidoscópico para entender a arte da magia cotidiana.

(Então você, sem pretensão nenhuma, nem de nada, me arrasta para o Plano Inclinado. Simples assim: ao invés do elevador o plano. Eu entro me sento, você sussurra bobagens fundamentais para que eu sorrir. E meu corpo ver passar como uma nuvem aquela parte da cidade, aquela cabine de vidro, aquela cena do filme de Araripe Júnior.)

Felicidade besta, e por isso mesmo boa e bonita. Alegria de andar de roda-gigante, de acertar o papel no cesto, de ver a primeira estrela no céu. Tento em vão decifrar seu rosto mas previsões não importam. Racionalmente você jamais me daria um presente de 5 centavos.

4 comentários:

Unknown disse...

ai que lindo!

Unknown disse...

www.umaantropologaemmarte.blogspot.com


sou eu hahahha

Anônimo disse...

Fiquei alegre em reler este poema e relembrar daquele dia e senti novamente a eternidade daquele presente!

Anônimo disse...

Fiquei alegre em reler este poema e relembrar daquele dia e senti novamente a eternidade daquele presente!