Era uma vez o que não era ...Era uma vez às vezes...Era outra vez o que não se via...Era de uma vez ...Era sem vez...Era e não era...
terça-feira, 26 de maio de 2009
Angoisse en bus
Numa dessas prosas fragmentadas num ônibus, com trânsito em horário de pico, nesse tempo de loucos, encontrei um amigo. Eu, com meu fone defeituoso que me transformava numa mono-ouvinte distraída, nem via a cidade me acenar pelas janelas. (Há pessoas que realmente valem a pena ser encontradas).
Meu amigo me disse entre sua barba rala: “A angústia é boa porque mobiliza o sujeito”. Mas eu de cá pergunto: E se ela estatelar o sujeito? Não confie tanto nessa angústia, ela chega sorrateira, se instala no peito e já era. Morre-se de amor, de tristeza e de angústia. Aliás, sabia que tristeza e angústia são diferentes? Diria que (sem querer de forma alguma incitar todos os meandros que tal comparação traz): a tristeza está para o erotismo assim como a angústia está para a pornografia. Sabia? Porque eu não sabia...só vim descobrir por agora.
E não tem festa do Bembé, samba, nem forró, esmalte carmim, nem beijinhos, nem Jazz que dê conta! Até fetuccini ao molho de camarão tentei. Não funcionou. Porque Belchior acha que esse desespero só craquelava em 1973?
Me rasgo toda por dentro tentando me libertar dessa vertigem de inércia. Os dias andam se debatendo sem sentido e um calendário permanente me tortura enquanto durmo. Respondo ao amigo: Tudo bem que ela me mobilize, contanto me agarre pelos cabelos e me beije depois!
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4 comentários:
E eis que eu caminhava por essa rede de tubos favelas, refavelas, e refazendas e por um acaso qualquer paro outra vez para ver a mesma paisagem, e sorrio ao ver que ela mudou, novos frutos deliciosos e belos naquelas árvores... Saudade das frutas doces que dão sabor a vida amarga.
Éééeéééééé´... Sai esse som monossilabico continuo da minha boca, soa-me como uma afirmação negativa ou afirmativa, afinal na vida não temos certezas, só indagações. Respostas? Elas não existem, existem perguntas mais sagazes e espertas do que as outras fingindo ser respostas. Sai um "muxoxo" da minha boca, no que vou pensar, quase um verso pessoneano.
No peito hipoteticamente age um coração q para sobreviver precisa se metamorfosear algumas vezes de pedra, lembrei da imagem de São Jeronimo, filho de Xangô sentado na pedra, com um livro aberto...
Angústia, palavra cheia de puchadas de ar, fale angústia, como é interna, presa e forte, decidi vou liberta-la, precisamos liberta-la, seja livre, não estatele nada, va para outro vivente pq já fez o q poderia fazer, me deslocou, me perdeu, mas também me achou...vá... Encontre outro ori, outra vida, vá...
E o meu grito, grita aí em cima como um anônimo que sou, nessas palvras monossilabicas, pensando outras pensaduras...
Bruno Emanuel
Olá, vi seu comentário. É só me contatar por e-mail: fulano.sicrano@gmail.com
Abraços.
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