*Ao menino que dorme num galho da mangueira da ilha Itaparica
"Ê Tempo makura de ilê
Ê Tempo makurá tátá
É uma kuraxó
É um makuriá"
Tenho uma casinha pro lado de lá
atravessando a baía, seu moço
Não é grande, pouca coisa,
mas é meu .
Minha casinha tem um quintal de terra preta
terra preta cheirosa
e que é a razão de minhas unhas estarem quase sempre escuras
de ficar alisando a pele da terra .
Ganhei de presente uns galhos de carambola.
Procurei saber da possibilidade de se arranjar um embondeiro
pra plantar pelo lado de lá,
eu moraria dentro de um.
Mas eu estou te escrevendo por outro motivo.
Comprei umas sementes,
achei uns cactos exóticos
(embora não faça idéia do que seja um cacto exótico)
plantas carnívoras,
achei umas tais sementes de tamarillo
uma fruta de um país imaginado e esquecido.
Ora-pro-nobis
comprei por causa do nome:
floresce de janeiro à abril.
Lembrou minha avó cantando na trezena de Santo Antônio.
Essa planta tem ladainha.
E, claro, flamboyants.
Acho que são o sorriso de Ossaim.
A convulsão das cores.
A inspiração dos fogos de artifício não-artificiosos.
Já ouviu falar?
É coisa de americano...
Comprei um bonsai,
aquelas plantas pequeninas
Se duende existe com certeza
que arma rede embaixo de bonsai!
Mas as plantas são amantes do tempo e da terra.
Acho que também somos, mas esquecemos
(são muitos os presentes e as catástofes do esquecimento...)
Guardei as sementes na barriga da terra hoje.
Era fim de tarde,
beijei o chão numa promessa de lealdade à espera.
Não sei e não me importa quanto tempo elas precisarão
para crescer de forma que eu possa abraçá-las,
dormir embaixo das grandes
e cochichar ao ouvido das pequenas
Mas se você quiser esperar comigo
vai ter um dia que seu telefone vai tocar
(porque estarei feliz e elétrica demais para escrever)
te direi que minhas plantas, flores e árvores estão lindas
que minha casinha está imersa no colorido do sorriso do tempo.
E vou ficar muito orgulhosa quando você chegar
e achar bonito também.
A gente pode até acender uma fogueira
e dançar aquela ciranda da rosa vermelha outra vez.
Podemos caminhar até os manguezais.
Cantarei minhas impressões pra você.
Me dê tempo
e te darei flores.
"Ê Tempo makura de ilê
Ê Tempo makurá tátá
É uma kuraxó
É um makuriá"
Tenho uma casinha pro lado de lá
atravessando a baía, seu moço
Não é grande, pouca coisa,
mas é meu .
Minha casinha tem um quintal de terra preta
terra preta cheirosa
e que é a razão de minhas unhas estarem quase sempre escuras
de ficar alisando a pele da terra .
Ganhei de presente uns galhos de carambola.
Procurei saber da possibilidade de se arranjar um embondeiro
pra plantar pelo lado de lá,
eu moraria dentro de um.
Mas eu estou te escrevendo por outro motivo.
Comprei umas sementes,
achei uns cactos exóticos
(embora não faça idéia do que seja um cacto exótico)
plantas carnívoras,
achei umas tais sementes de tamarillo
uma fruta de um país imaginado e esquecido.
Ora-pro-nobis
comprei por causa do nome:
floresce de janeiro à abril.
Lembrou minha avó cantando na trezena de Santo Antônio.
Essa planta tem ladainha.
E, claro, flamboyants.
Acho que são o sorriso de Ossaim.
A convulsão das cores.
A inspiração dos fogos de artifício não-artificiosos.
Já ouviu falar?
É coisa de americano...
Comprei um bonsai,
aquelas plantas pequeninas
Se duende existe com certeza
que arma rede embaixo de bonsai!
Mas as plantas são amantes do tempo e da terra.
Acho que também somos, mas esquecemos
(são muitos os presentes e as catástofes do esquecimento...)
Guardei as sementes na barriga da terra hoje.
Era fim de tarde,
beijei o chão numa promessa de lealdade à espera.
Não sei e não me importa quanto tempo elas precisarão
para crescer de forma que eu possa abraçá-las,
dormir embaixo das grandes
e cochichar ao ouvido das pequenas
Mas se você quiser esperar comigo
vai ter um dia que seu telefone vai tocar
(porque estarei feliz e elétrica demais para escrever)
te direi que minhas plantas, flores e árvores estão lindas
que minha casinha está imersa no colorido do sorriso do tempo.
E vou ficar muito orgulhosa quando você chegar
e achar bonito também.
A gente pode até acender uma fogueira
e dançar aquela ciranda da rosa vermelha outra vez.
Podemos caminhar até os manguezais.
Cantarei minhas impressões pra você.
Me dê tempo
e te darei flores.
6 comentários:
me de um beijo te darei amor
lindo texto...
tão bonito e delicado.
;D
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