"Quando eu morrer
toca Idalina pra mim
toca Idalina pra mim
toca Idalina pra mim ..."
Tenho avidez por memórias descompassadas.
Agarro-as como os colares de licurí
que presos ao pescoço
que presos ao pescoço
adocicavam na infância
minha boca nas feiras de sábado.
minha boca nas feiras de sábado.
O que vivi e o não-vivido
se insinuam numa obscenidade
de crianças que desejam se tocar.
se insinuam numa obscenidade
de crianças que desejam se tocar.
Aquelas cascas de verduras jogadas
sobre as raízes da amendoeira
do jardim da frente.
O pé de alfazema
que se molhava a cada fim de tarde.
que se molhava a cada fim de tarde.
E eu que não entendia esses ritos.
O silêncio é uma forma de amar.
E eu que não entendo mais nada...
-Entender serve pra quê?
Sou quase mais feliz quando não entendo.
Como os homens que apontavam para as estrelas
sem saber direito o que eram de fato.
sem saber direito o que eram de fato.
2 comentários:
Bom, muito bom ler de novo tuas palavras com cheiro de vida verde, terra molhada...
Tua cara e teu cheiro estampados no texto. =]
Não deixa de atualizar,ocá?
=*****
lindo keka, muito lindo...
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