segunda-feira, 12 de abril de 2010

Arqueologia do Toque


I
Uma noite despretenciosa
nem longa, nem curta.
Exata.
Na justa medida dos seus braços.
E daqueles beijos de alambique.
Eu já nem morria de medo
dos seus olhos miúdos de pássaro invocado.
Eu sorria
enquanto você me tocava sem as mãos
enquanto dançávamos sem chão.

II
Apreendi a eroticidade
De naufragar em fragmentos de assobios e canções.

III
Beijos efêmeros que se ardem de não esperar:
A eternidade é o Tempo a rir-se de nós.

IV
A minha boca muito cansada de esperar
Quer cantar suas canções
Recitar seus versos
E comer suas poesias.

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