Morro em Março, sem dores e sem culpa,
Como quem tem sede pela vida.
Despedaço-me cíclica e lentamente
Me atiro a barrancos
Ateio fogo às minhas pobres certezas
Enveneno meus amores
Rou minhas unhas e
arranco delicadamente os fios de cabelo
para que Abril faça renascer tudo outra vez.
Quando essa velha angústia me abate
Não derramo uma única lágrima
Não me escapa um oitavo de sorriso.
Me desconheço
Me esvazio
Me como
Me vomito
Me despindo por dentro
Fugindo de qualquer pesadelo esquecido.
Decifrando os segredos truncados
calados e tranquilos
morro mais de uma vez.
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